Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


02-10-2022

Pouco se sabia da intensidade das relações entre russos e portugueses por Miguel Castelo Branco, autor


Quando por Portugal no início dos anos 80 Rómulo de Carvalho,poeta e professor, publicou o Relações entre Portugal e a Rússia no Século XVIII, se bem que se conhecessem as deambulações de Ribeiro Sanches e de Gomes Freire de Andrade na corte de Catarina, e mesmo os primeiros contactos comerciais que remontam ao século XVI, nomeadamente aqueles a que Damião de Goes alude no quadro do comércio do Báltico, pouco ou nada se sabia da intensidade das relações entre russos e portugueses. Com o passar dos anos, surgiram estudos parcelares, sobretudo biografias de portugueses que serviram os czares Paulo, Catarina e Alexandre I, se bem que ainda haja um grande défice pedindo mais estudos. Os espanhóis também pouca atenção dedicaram aos estudos históricos da matéria russa, mas ultimamente gerou-se grande frenesi, sobretudo na imprensa da especialidade, assim que Odessa entrou de rompante nos noticiários da guerra e alguém se terá lembrado do fascinante livro de Charles King sobre a cidade de que José de Ribas, o oficial espanhol que fazia parte do séquito do Príncipe de Potemkin numa das 15 guerras russo-turcas em que a Rússia venceu 14, foi fundador e governador. Para quantos pensam que a Rússia é demasiado distante e o seu caminho raramente se cruza com o dos estados ibéricos, engana-se. Talvez José Norton nos possa presentear com uma obra sobre militares portugueses que serviram Potemkin e, quem sabe, talvez tenhamos agradáveis surpresas. 

 

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