Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


20-06-2023

A Caravela Portuguesa e a evolução para “Navio”


Os portugueses desenvolveram a caravela oceânica a partir das suas embarcações de pesca. Era pequena e relativamente leve e ágil, mas suficientemente forte para sobreviver no Atlântico, adequada às primeiras explorações.

Deu provas de ser a embarcação ideal para exploração durante os primeiros anos da Época dos Descobrimentos. O seu pequeno calado, permitiu as primeiras navegações para sul junto à costa. Durante a viagem de regresso, contra o vento, elas tinham de ser capazes de bolinar e por isso eram aparelhadas com duas ou três velas latinas. Por esse motivo eram também conhecidas por caravelas latinas.

Da caravela derivou a caravela redonda de três mastros, com mais capacidade oceânica, na qual uma vela latina no mastro de mezena complementava as velas redondas. Eram mais compridas, mais leves e mais rápidas do que outras grandes embarcações do seu tempo.

No final do XV todas as nações marítimas europeias tinham caravelas, mas eram os portugueses e os espanhóis que as mais utilizavam.

Já nos finais do século XVI, face ao desenvolvimento dos descobrimentos, foi necessário evoluir para embarcações com mais capacidade de carga e as caravelas entraram em desuso. Surgiu então a NAU (NAO em espanhol), em alguns locais conhecida por carraca, para transportar as mercadorias do Novo Mundo. NAU, em português, era sinónimo de Navio.

Na foto, réplica de caravela portuguesa do século XInline image
VI.