Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


23-08-2014

Augusto Boal e as Crônicas de nuestra América


Criador do Teatro do Oprimido é lembrado com textos do exílio na Argentina, nos anos 70 — agora levados ao palcoOutras Palavras inicia hoje pequena série sobre o escritor e homem de teatro Augusto Boal. Numa iniciativa inovadora, o leitor poderá conviver com alguns daqueles grandes temas contidos nas Crônicas de nuestra América, que Boal escreveu entre 1971 e 1976, no exílio na Argentina. Poderá apreciar também a vigorosa trajetória do escritor e homem de teatro.A serie coincide com a estreia de Crônicas de nuestra América no palco do Oi Futuro do Flamengo (22/08, no Rio). Com direção de Gustavo Guenzburger, o espetáculo é uma adaptação para teatro das crônicas, publicadas originalmente no jornal O Pasquim. O texto teatral, adaptado por Theotonio de Paiva, inscreve-se num projeto que possui uma longa história.Surge a partir de uma ideia de Cecília Boal, viúva do escritor e presidente do Instituto Augusto Boal, para levar à cena algumas daquelas histórias, muitas delas retiradas de notícias de jornais e relatos populares. A proposta foi feita ao diretor e a sua companheira, Clara de Andrade, estudiosa da obra do escritor, e confirma o olhar sensível do dramaturgo. Na difícil condição de exilado, Boal emprega toda a maestria para transformar uma realidade dramaticamente absurda, que o cidadão comum vive diariamente, em obra de arte.Pensamos construir, ao longo das próximas semanas, um grande painel jornalístico que aproxime o leitor das múltiplas referências que a obra de Boal nos inspira. Serão publicados artigos sobre o próprio Boal, teatro brasileiro, crônicas, exílio e América Latina. Além disso, com o apoio da Cosac Naify, apresentaremos algumas das crônicas utilizadas na adaptação para teatro em Crônicas de nuestra América.http://outraspalavras.net/cultura-2/augusto-boal-e-as-cronicas-de-nuestra-america-2/