Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


12-10-2014

Cinema angolano O Grande Kilapy de ZÉZÉ GAMBOA


O Grande Kilapy

APRESENTAÇÃO EM PORTUGAL (M12)

13 Out 2014 - 21:30            Grande Auditório Fundação Calouste Kulbenkian

O Grande Kilapy*, é a história de um bom malandro angolano no final do período colonial (anos 60/70) inspirada livremente em factos reais. Joãozinho, um vigarista com uma profunda ética de amizade, “bon vivant” a todo o custo é uma pessoa simples, que congrega em si um conjunto de imperativos de “curtição” indiferente às contingências de vida numa colónia portuguesa: cor de pele e preconceito social. Por força das circunstâncias, Joãozinho acaba por se tornar um personagem incómodo, subversivo e politico, para o regime colonial Português.

* KILAPY - palavra da língua Angolana Kimbundu: golpe, esquema, burla, pedir emprestado sem pagar.

E ver o trailer THE GREAT KILAPY Trailer | Festival 2012

 

 

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THE GREAT KILAPY Trailer | Festival 2012

 

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 ZÉZÉ GAMBOA é o filho mais novo, entre seis irmãos, de uma família de classe média angolana. Nasceu em Luanda, em 1955, cidade onde frequentou um colégio até aos 12 anos, passando depois para a escola pública

Zézé Gamboa, cineasta angolano

A sua relação com o cinema nasce um pouco do seu gosto em frequentar as matinés de três grandes salas da capital angolana, Restauração, Império e Miramar. Mais tarde, com 17 anos e logo a seguir ao 25 de Abril começa a trabalhar na televisão angolana, onde permanece até 1980. No mesmo ano ruma a Lisboa, mas do ponto de vista profissional foi muito complicado ficar pela capital portuguesa, uma vez que apenas tinha experiência em televisão. Tinha alguns amigos em Itália e decide partir para Roma à aventura para tentar a sorte na sétima arte. Esteve em Itália, mas a situação era também bastante complicada devido às “brigadas vermelhas”, onde se vivia um terrorismo puro e duro. Decide regressar a Lisboa e enquanto tomava um café na “Brasileira” encontra Antoine Bonfanti, um engenheiro de som que trabalhou muito com a nouvelle vague. Tinha-o conhecido em Angola, em 1976, numa altura em que Bonfanti foi a Luanda dar workshops de som para cinema e televisão. Neste encontro, ele convida-o a ir para Paris fazer um curso de som na Néciphone, e é assim que começa a fazer som, trabalhando nesta área até 1989.

Entretanto foi viver para Bruxelas, onde realizou os seus primeiros documentários. O primeiro “Mopiopio”, que significa assobio em kimbundu, que retrata a sociedade de Angolana  em Luanda, numa altura em que imperavam a guerra e a ditadura, e em que a música era o fio condutor do filme. Segue-se outro documentário intitulado “Dissidência” que aborda a guerra civil, através do olhar dos dissidentes dos partidos beligerantes, sobre as suas motivações e desilusões do ponto de vista partidário, o porquê de se tornarem dissidentes e qual a sua visão de Angola. Ambos correram bem e “Mopiopio” chegou inclusive a ganhar alguns prémios em festivais.

Em 1993 decide regressar a Lisboa onde continua a trabalhar na área da realização e estabeleceu família. Devido à sua vida atribulada Zézé não acreditava conseguir ser um bom pai e devido a esse facto teve uma filha muito tardiamente, aos 44 anos, mas não se arrepende minimamente. Em 2004 realiza a sua primeira longa-metragem de ficção “O Herói”,  filme que obtém um reconhecimento internacional excepcional, com um palmarés de inúmeros prémios internacionais e é exibido em festivais de todo o mundo (de Sundance  a Ouagadougou). Dois anos mais tarde estrutura “O Grande Kilapy”, que começou a ser filmado em 2010.

O Grande Kilapy | Próximo Futuro