Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


09-02-2017

Um congresso pessoano com sangue novo 9–11 FEV, Lisboa, FCG


Na Fundação Calouste Gulbenkian

9–11 FEV CASAFERNANDOPESSOA.PT  Auditório 2

(http://casafernandopessoa.cm-lisboa.pt/fileadmin/CASA_FERNANDO_PESSOA/CFP_Congresso_Internacional_FP_2017-Programa_Web.pdf)

Um congresso pessoano com sangue novo

Durante os próximos três dias, as ideias, as palavras e o legado de Fernando Pessoa vão ocupar um auditório da Fundação Gulbenkian, em Lisboa. Oportunidade para ficar a conhecer as mais recentes investigações sobre a inesgotável obra do poeta, feitas tanto por académicos consagrados como por doutorandos ainda a dar os primeiros passos nos círculos pessoanos                           O PESSOA POLÍTICO. O PESSOA FILÓSOFO. O PESSOA COSMOPOLITA, CLASSICISTA OU DRAMÁTICO. O PESSOA CRÍTICO E O PESSOA LIVRE. EIS ALGUNS DOS ÂNGULOS DE ABORDAGEM AO POETA DOS HETERÓNIMOS QUE VÃO SER DISCUTIDOS, ENTRE AMANHÃ E SÁBADO, NO AUDITÓRIO 2 DA FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN, DURANTE O 'CONGRESSO INTERNACIONAL FERNANDO PESSOA', ORGANIZADO PELA CASA FERNANDO PESSOA (CFP).

Entre os conferencistas convidados, há muitos académicos de renome, como António Feijó, Richard Zenith, Osvaldo Manuel Silvestre, Helder Macedo, Manuela Parreira da Silva, Arnaldo Saraiva ou Fernando J. B. Martinho. Mas a essas figuras consagradas, Clara Riso, diretora da CFP, quis juntar “sangue novo”, doutorandos e investigadores em início de carreira, de forma a contribuir para uma renovação da comunidade pessoana. “Para esta edição, decidimos fazer um 'call for papers' e selecionámos dez candidaturas, de entre as 30 que recebemos, avaliadas anonimamente. Uma das nossas linhas programáticas é o apoio à investigação, por isso quisemos convidar quem está a fazer trabalho inédito. Além disso, incentivamos o encontro e discussão direta entre conferencistas de diferentes gerações, mesmo fora da programação oficial. Há um lado de convívio que nos interessa estimular.”

Para além das conferências em moldes habituais, os organizadores querem encontrar novas dinâmicas de discussão. “Decidimos introduzir um modelo diferente, mais próximo da conversa entre vários especialistas, que depois se pode alargar ao público, do que da mera comunicação de um texto. Teremos várias pessoas em palco ao mesmo tempo, em diálogos que assumem o confronto de ideias. E num caso, o de José Gil, assumiremos o formato de entrevista, feita por Antonio Cardiello. Vamos experimentar estes novos formatos e ver se funcionam”, diz Clara Riso.

PRESENTE. O filósofo José Gil

PRESENTE. O filósofo José Gil

GONÇALO ROSA DA SILVA

No sábado, a última mesa de discussão será sobre a história dos congressos pessoanos em Portugal. “É importante olhar para trás e vermos como estes congressos foram evoluindo, ao longo do tempo.” Embora este encontro seja o quarto organizado pela Casa Fernando Pessoa, o número quatro foi propositadamente excluído dos materiais promocionais: “Não quisemos vincar os 'nossos' encontros. Preferimos lembrar todos os que se realizaram desde os anos 70, pensar a função que podem ter e o impacto nos estudos pessoanos.” O último congresso aconteceu em 2013, pelo que a periodicidade dos encontros também estará em debate.

BIGODINHO, ÓCULOS, CHAPÉU

Sentado à mesa numa sala avermelhada, cigarro na mão esquerda, bigodinho, óculos, chapéu, laço preto ao pescoço, chávena de café e um exemplar do número 2 da revista “Orpheu”. Foi assim que Almada Negreiros retratou Fernando Pessoa, num quadro de 1954, mais tarde oferecido pelo galerista Jorge de Brito à Câmara Municipal de Lisboa. Exposto na Casa Fernando Pessoa desde 1993, pode ser visto neste momento na grande exposição retrospetiva sobre Almada Negreiros, patente na Fundação Calouste Gulbenkian.

Clara Riso vê nesta tela um símbolo das excelentes relações com a Gulbenkian, que permitiram o acesso a uma sala ampla (334 lugares). “No final do ano passado, emprestámos a biblioteca de Pessoa para uma exposição da Gulbenkian em Paris, que correu muito bem. Agora, houve abertura para acolher o congresso, ao mesmo tempo que cedemos o retrato de Almada Negreiros para a exposição retrospetiva. É bom sentir que pode haver entendimentos e sinergias entre duas das principais instituições culturais da cidade de Lisboa.”

Ultrapassando as melhores expectativas da organização, já há 250 pessoas inscritas para assistir às sessões. Quem ainda não garantiu lugar pode tentar fazê-lo esta quinta-feira, a partir das 9h, junto ao Auditório 2. O programa completo do congresso pode ser consultado AQUI.

 

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 INSCRIÇÕES : Durante o Congresso, caso haja disponibilidade de lugares, serão também aceites inscrições diárias pelo valor único de 15 €. 

 

A inscrição de estudantes, professores, seniores e desempregados obriga à apresentação de comprovativo. 

 

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(http://expresso.sapo.pt/cultura/2017-02-08-Um-congresso-pessoano-com-sangue-novo)