Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


25-03-2013

Galiza é uma região de Espanha onde se fala uma forma de português - Margarida Castro


Texto organizado por Margarida Castro


Galiza é uma região de Espanha onde se fala uma forma de português, geralmente denominada Galego.

 


galego formou-se a partir do século IX, na antiga província romana da 

Gallæcia, como resultado da assimilação do latim vulgar falado pelos conquistadores romanos a partir do século II d.C. Incorporou também léxico de origens pré-celta, celtabascagermânicaprovençal.O galego esteve depois sujeito à influência do castelhano não somente léxico (incluindo arabismos, léxico ameríndia, e empréstimos linguísticos modernos), mas também certos traços fonéticos, assim como a ortografia oficial atual. A língua portuguesa tem a mesma origem mas com outra evolução e influências, sendo o idioma oficial de um país soberano: Portugal.


Do Portal Galego da Língua da AGALhttp://www.pglingua.org ,  transcrevo parte de entrevista ao galego Jorge Pérez :


Jorge Pérez: «O galego-português é útil, que nos achega a outro mundo de possibilidades e, aliás, é natural para nós»

Diplomado em Relações Laborais, este novo sócio da AGAL considera necessária «muita vontade» para começar a escrever em galego-português



Jorge procede de uma família labrega de Pantom, mas teve em Compostela os primeiros contactos com o reintegracionismo

PGL - Jorge Pérez é de Pantom e de aí vem a sua relação com a língua, de ser duma família labrega de aldeia. O seu contato com a estrategia reintegracionista produziu-se durante os seus anos universitários em Santiago e foi-se afiançando nalguma viagem a Europa onde tomou contato com gente lusofalante e recentemente numa viagem a Lisboa. É diplomado em Relações Laborais pela USC e fez vários cursos de ciências políticas.

És diplomado em Relações Laborais pela USC, qual é a situação da língua no teu setor?

Na altura em que eu trabalhei no setor, o qual não durou muito tempo, o que eu pude ver não foi muito bom. O castelhano goza de forte presença nos documentos e na comunicação dentro da empresa privada. Lembro de uma vez que estando de estágio do meu curso numa entidade, decidi redigir uns documentos em galego e os colegas que lá estavam pensavam que o responsável ia ficar zangado, mas finalmente não se passou nada. Ainda assim, chamou-me a atenção esse medo. É descritivo da situação atual da língua.

Moras em Ferreira de Pantom, existe um preconceito que associa o reintegracionismo e a Lusofonia à cidade e a neofalantes, que achas disto?

Do meu ponto de vista, uma coisa é a questão da grafia e outra muito diferente é a oral. Poderia-se falar desta maneira se não conhecermos a língua que fala a gente nas vilas e aldeias. Quando um fala com portugueses ou gente do espaço da lusofonia, quer viajando pelo mundo ou quer na Galiza, dá-se conta de que está a empregar a mesma língua e eles, a maioria das vezes, não reparam, mesmo, em que tu és galego. Desde criança, pude olhar um marcado preconceito social acerca do português, chegando a escutar, na minha zona, a palavra português ligada a conotações negativas. Considero que o galego dos neofalantes parece menos português do que o galego do falante materno, porque aquele por influxo do castelhano não consegue, por exemplo, diferenciar as vogais abertas ou fechadas entre outras muitas coisas que sim faz este último. Eu diria, mais bem, que acontece ao contrário.


Leia  a entrevista, na íntegra, no  

http://www.pglingua.org/agal/agal-hoje/5457-jorge-perez-lo-galego-portugues-e-util-que-nos-achega-a-outro-mundo-de-possibilidades-e-alias-e-natural-para-nosr