Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


14-03-2014

Entrevista do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro 16.03.2014


Fome, secas, epidemias, matanças: a Terra aproxima-se do apocalipse. Talvez daqui a 50 anos nem faça sentido falar do Brasil como Estado-nação. Entretanto, há que resistir ao avanço do capitalismo.As redes sociais são uma nova hipótese insurreição. Presente, passado e futuro, segundo um dos maiores pensadores brasileiros, Eduardo Viveiros de Castro que em recente entrevista, por Alexandra Lucas Coelho para o jornal português Público, disse também que a ditadura brasileira não acabou e que o Brasil vive numa democracia consentida pelos militares. 


O antropólogo Eduardo Viveiros de Castro é autor de uma obra influente, que inclui "A Inconstância da Alma Selvagem" e "Araweté — O Povo do Ipixuna" DÉBORAH


E respondendo à pergunta da jornalista Alexandra: Ao fazer ascender esses milhões da miséria, o PT neutralizou a revolução?    Ele concordou :"Em parte pode ser isso. Houve uma espécie de opção política forçada do PT, segundo a qual a única maneira de melhorar a renda dos pobres é não mexer na renda dos ricos. Ou seja, vamos ter que tirar o dinheiro de outro lugar. E de onde é que eles estão tirando? Do chão, literalmente. Destruindo o meio ambiente para poder vender soja, carne, para a China. Não está havendo redistribuição de renda, o que está havendo é aumento da renda produzida pela queima dos móveis da casa para aquecer a população, digamos. Está um pouquinho mais quente, não estamos morrendo de frio, mas estamos destruindo o Brasil central, devastando a Amazônia. Tudo foi feito para não botar a mão no bolso dos ricos. E não provocar os militares."
Texto interessante para refletirmos sobre as democracias que temos!   ler a entrevista na íntegra »»http://www.publico.pt/mundo/noticia/a-escravidao-venceu-no-brasil-nunca-foi-abolida-1628151