Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


25-07-2006

Cooperação Internacional e a Construção do Estado em Timor


As conseqüências positivas e negativas da ajuda internacional ao Timor Leste e os aspectos antropológicos existentes por trás desse apoio são o tema principal do seminário Cooperação Internacional e a Construção do Estado em Timor-Leste.

12:53 25/07

Redação

O encontro começa nesta terça-feira, 25 de julho às 19h, e segue até o dia 28 do mesmo mês, no Auditório da Reitoria da UnB. Promovido pelo Departamento de Antropologia da UnB em parceria com o Departamento de Sociologia e Antropologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o seminário tem como público-alvo pesquisadores com interesse na temática, estudantes de pós-graduação em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, diplomatas e todos os interessados pelo tema.

Estarão presentes especialistas do mundo inteiro, que refletirão sobre o impacto das ações executadas por membros da Assistance for International Development (AID) na edificação de instituições em países de independência recente, como é o caso do Timor Leste. Toda a programação será transmitida ao vivo pela TV UnB, no Portal
http://www.unb.br/. Saiba mais sobre o encontro no site www.unb.br/acs , na opção Releases.


Timor Leste, a luta por identidade

Seminário discutirá conseqüências positivas e negativas
da cooperação de outras nações na reconstrução do país

Kelly Silva

Sete anos depois de aprovar sua independência em referendo popular, e apenas três anos após ser internacionalmente reconhecida como uma nação autônoma, Timor Leste é um país que ainda luta para construir sua identidade. Se, no início do processo, as tropas militares de outros países asseguraram o fim dos conflitos armados na transição política, hoje, os timorenses sofrem com as disputas internas de poder que se intensificaram após a saída das tropas. As conseqüências, positivas e negativas, da ajuda internacional a Timor, e os aspectos antropológicos por trás desse apoio são o tema principal do seminário Cooperação Internacional e a Construção do Estado em Timor-Leste, que será realizado entre os dias 25 e 28 de julho no Auditório da Reitoria da Universidade de Brasília (UnB). Toda a programação será transmitida ao vivo pela TV UnB, no portal www.unb.br.

Dividido em sete mesas-redondas, o seminário trará especialistas do mundo inteiro, que refletirão sobre o impacto das ações executadas por atores do campo da Assistance for International Development (AID) na edificação de instituições em países de independência recente, como é o caso do Timor Leste. O encontro é promovido pelo Departamento de Antropologia da UnB em parceria com o Departamento de Sociologia e Antropologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e tem como público-alvo pesquisadores com interesse na temática, estudantes de pós-graduação de cursos de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, diplomatas e outras modalidades de técnicos do campo da AID.

DISPUTA DE INTERESSES - Organizadora do seminário, a coordenadora de graduação em Ciências Sociais da UnB, Kelly Cristiane da Silva, morou no Timor Leste durante um ano, entre 2002 e 2003, e elaborou sua tese de doutorado sobre o país. Para ela, é preciso discutir as conseqüências do apoio oferecido pela comunidade internacional à nação de recente independência. "A cooperação não é motivada por solidariedade, mas por interesses, que condicionam o perfil institucional do país", afirma Kelly.

Um dos debatedores, o professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Fernando Rosa Ribeiro, avalia que a Indonésia (país que ocupou o Timor Leste entre 1975 e 1999), embora não envie recursos para a recuperação do país, mantém relação cordial com o estado. Contudo, há setores dentro do próprio Timor Leste, ligados às Forças Armadas da Indonésia e da sociedade civil que, por não concordarem com a independência, oferecem apoio logístico, armas e refúgio aos timorenses que também não apóiam a autonomia do país.

APOIO BRASILEIRO - O Brasil foi um dos países que enviaram tropas militares ao Timor Leste durante o processo de independência. O Tenente Coronel Rogério Rozas, 42 anos, viveu naquele país sua primeira experiência de paz no exterior. Como integrante do Estado Maior e componente militar da ONU, entre outubro de 2004 e maio de 2005, ele comandava lá a célula de operações, uma das quatro que compunham o Estado Maior. Ele contará sua experiência no seminário na UnB.

Segundo ele, o trabalho dos militares brasileiros em Timor Leste era as ações típicas da Polícia do Exército, como garantir a segurança das instalações da ONU e escoltar comboios e autoridades. Mas os soldados acabaram fazendo mais do que isso: organizaram ações sociais e reconstruíram uma escola na capital timorense, Dili. "Uma vez por mês, escolhíamos uma aldeia ou bairro e fazíamos uma espécie de mutirão social, com atendimento médico e odontológico, distribuição de alimentos, roupas e brinquedos", lembra.

PROGRAMAÇÃO
Veja programação completa no endereço: www.unb.br/ics/dan/Programacaocompleta.doc

SERVIÇO
O seminário Cooperação Internacional e a Construção do Estado em Timor-Leste será realizado no Auditório da Reitoria da Universidade de Brasília (UnB) entre os dias 25 e 28 de julho. Pesquisadores com interesse na temática, estudantes de pós-graduação de cursos de ciências humanas e sociais aplicadas, diplomatas e outras modalidades de técnicos do campo da Assistance for International Development (AID) devem fazer as inscrições gratuitas na página eletrônica www.unb.br/ics/dan/ até as 12h da segunda-feira, 24 de julho. São 100 vagas.