Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


19-08-2014

Pedidos de refúgio aumentam no Brasil Isac Nunes


Isac Nunes  Percebe-se que no Brasil há um vazio legal no tocante a uma política migratória em consonância com padrões internacionais. É chegada a hora de mudar isso, pois o país é chamado a contribuir para socorrer as incontáveis vítimas das catástrofes que ocorrem mundo afora. Acompanho atentamente as notícias divulgadas na imprensa sobre tal assunto, chego a envolver-me diretamente com certos grupos – neste preciso momento, com o dos haitianos, que chegaram ao Brasil de forma abrupta, invadiram cidades fronteiriças com o Peru e a Colômbia, localidades sem nenhuma estrutura para prestar amparo aos milhares que ali desembarcaram, os quais foram enviados como gado ao sul do país, onde acabaram por ser encaminhados a órgãos de acolhimento ligados à igreja católica, como a Pastoral do Migrante, sem ser precisamente esta a função duma instituição religiosa. Como tradutor e intérprete, fui chamado inúmeras vezes para atender esses cidadãos haitianos, os quais não falam o idioma português e ninguém os entende. Muitos deles, uma vez atendidas as necessidades básicas e primordiais, ao tentar criar por si próprios alguma espécie de autonomia, precisam tramitar papéis perante órgãos públicos brasileiros para provar formação acadêmica ou outorgar instrumentos públicos em cartórios, o que não se pode fazer sem a intervenção dum intérprete. Portanto, faz-se necessária uma política eficaz de celeridade na análise dos pedidos de refúgio de todo esse contingente que desembarca cada dia em território brasileiro, para que essas pessoas que vêm até aqui em busca de socorro não se vejam perdidas ou, no pior dos casos, confinadas em centros de acolhimento desumanitários como tem ocorrido em muitos países europeus. Isac  Nunes https://br.groups.yahoo.com/neo/groups/dialogos_lusofonos/conversations/messages/39459