Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


22-04-2016

História & Genealogia Fontes: Portugal e o Atlântico Ações Navais no Período Filipino (1580-1640)


Organização Militar

 

Augusto António Alves Salgado

 

Doutoramento  em História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa

 

Universidade  de Lisboa

 

Faculdade de Letras Departamento de História    2009

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RESUMO 

Durante o denominado Período Filipino, de 1580 a 1640, a Coroa

de Portugal foi obrigada a incrementar as suas capacidades militares,

de modo a fazer face ao aumento e diversificação das ameaças externas

que se fizeram sentir não só no Oriente mas, também, no Atlântico. 

Apesar da coroa lusitana considerar secundário este habitual teatro de 

operações, durante esses 40 anos,tornou-se o palco de uma feroz luta 

de desgaste e de sobrevivência, entre o Império Habsburgo e os reinos 

protestantes do Norte da Europa. Priviligiando das suas características 

naturais e a sua bem estabelecida estrutura militar naval, já existente em

1580, Lisboa desempenhou um importante papel neste confronto mas que, 

ainda hoje, é grandemente desconhecido, para além de algumas acções

pontuais. Essa estrutura militar naval continha uma componente administrativa

 que coincidia, em grande parte, com a da Carreira da Índia. 

No que se refere aos meios navais lusitanos, a partir do momento em que as 

perdas de navios a caminho do Oriente obrigaram a desviar meios combatentes

para esse fim, tornou-se difícil separar ambas as vertentes. 

Simultaneamente, e apesar da separação entre as duas coroas, o agravamento 

da já debilitada situação existente, levou a uma ampla utilização dos meios de

Castela nas armadas portuguesas, incluindo nas que seguiam para o Oriente. 

Embora exercessem funções e tivessem algumas características diferentes, 

a utilização comum por ambas as coroas dos meios navais, em particular 

dos galeões,assim como uma alteração da estratégia naval utilizada pelo

Império dos Habsburgos, acabaram por originar uma uniformização destes

meios navais de guerra do Atlântico. 

 

 

Aproveitando a partilha, acima, do estudo, "Portugal e o Atlântico- Ações Navais no Período Filipino(1580-1640 ) ", cito um grande marinheiro da época: o Capitão-Mor João Soares Vivas ou Vibas , natural de Aboim da Nóbrega, Vila Verde, Braga,um dos maiores heróis portugueses, na manutenção de Macau sob alçada portuguesa, tendo infligido pesadas baixas - navios e homens, sobretudo nos holandeses.

E confirmando o desempenho deste Capitão-Mor, num texto retirado da Net, retirado de documentos do Arquivo Histórico Ultramarino/AHU , lí , que  em "1640, Janeiro, 25, Madrid, o rei Filipe III referiu as notícias contidas numa carta enviada pelo capitão-mor João Soares Vivas, por um patacho, que aportara no Algarve, onde descrevia as dificuldades sentidas ao passar baixios da ilha de S. Lourengo e ilhas de Maldiva que o obrigara a aportar em Angola para reparar os galeões, na qual dava conta de que alguns reinos vizinhos do Estado da Índia, se haviam aliado com os holandeses, para atacar as praças e fortalezas portuguesas que dificilmente lhes conseguiam resistir.

Perante esta situacao o rei assegurou, por um lado, o envio na proxima monçao de Margo de dois galeões e da naveta que viera de Cochim e, também na monção de Setembro, do maior número de pessoas que conseguisse reunir para ajudarem na defesa, lamentando não poder enviar mais socorros devido às lutas que se travavam na restauração do Brasil, por outro lado recomendou ao vice-rei que por todos os meios incentivasse os vassalos a defenderem o Estado da Índia (fl. 149-149v, n° 72)." 

http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/580/1/21501_ulsd057787_td.pdf