Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


01-05-2007

Religiões Afro Brasileiras I Nádia S Chaia


As religiões afro-brasileiras são:
                            
                             Umbanda

                             Candomblé – que se divide em nações, ou seja:

  1. Angola, que se subdivide em Angola/Congo e Angola/Caboclo;
  2. Ketu;
  3. Jeje:
  4. Efon.

Omolocô – u’a mistura dos ritos da umbanda e do candomblé, não sendo muito considerada por este último.
Catimbó -  religião afro-brasileira de grande influência ameríndia

UMBANDA

 

                        Em seu livro “Ilundu – espíritos e ritos angolanos, Edições ASA para a UEA, 1989, Óscar Ribas ensina-nos que “Umbanda e Uanga, na liturgia dos quimbundus representam os dois pólos: o primeiro denominado ciência de quimbanda, arte de curar, cerimônia ou prática ritual (efectuadas por quimbanda); e o segundo, ciência de feiticeiro, malefício, veneno ou droga nociva (propinados por ocultista). Desta ausência de critério, ou antes, desta unidade de expressão, resulta a obscuridade lançada pelo termo feitiço. Daí, para muitos, a falsa concepção de que a religião negra se funda exclusivamente no mal. Nada disso. Como as outras religiões, a sua função primordial é atrair o bem, impedir o mal pelo temor.” (grifo meu).
                        Já em Luanda e arredores eram os pais ou mães de umbanda chamados a sanar problemas espirituais, bem como, de acordo com cada caso, realizar a iniciação do xingulador (médium).
                        A palavra umbanda pode ser traduzida como magia.
                        No Brasil a religião sofreu as adaptações necessárias, de maneira a sobreviver, dadas as condições (ou falta delas) existentes.
                        Muitos dos espíritos cultuados em Luanda podem ser facilmente reconhecidos nos rituais de umbanda no Brasil, embora adotando muitas vezes outras denominações. Outros tantos passaram a fazer parte do panteão dos candomblés de Angola.
            “Independentemente do respectivo agrupamento, cada entidade exceptuando um número reduzido que o é singularmente, ainda se organiza numa série numerosa de entidades afins, todas intituladas com a mesma designação, mas cada qual possuindo o seu nome particular” (o.c.) Isto é o que na umbanda, aqui no Brasil, é denominado de falange.
                        Vejamos:
Em Angola – A Bêbada – espírito feminino que só pede vinho, sempre cambaleando;

No Brasil – Falange de “Pomba Gira” ou “Bombogira” ( corruptela de Pambu Njila) – são espíritos femininos que já “chegam” bêbados e continuam a querer sempre mais bebidas e cigarros; apresentam-se com vários nomes, alguns deles são: Maria Padilha,
 Maria Molambo, Maria Quitéria, Bombogira (ou Pomba Gira) das Almas, Maria Padilha do Cruzeiro, etc., etc., etc...

Em Angola -  Os pastores e caçadores;

No Brasil – São espíritos cultuados na falange dos caboclos e são divididos em dois grupos distintos:  os boiadeiros, espíritos de brasileiros mestiços ou negros pastores de gado, em geral se dizem mineiros, e apresentam denominações das mais variadas que podem ser os apelidos pelos quais atendiam quando vivos, como por exemplo:  Laço preto, Chapéu de couro, ou nomes próprios como Lourenço, Rufino, etc., etc.etc.; e os caboclos de pena, caçadores (neste caso já incorporando na umbanda espíritos dos aborígenes locais ), apresentam-se falando um português entremeado de expressões oriundas das línguas indígenas, e usam nomes como Caboclo Tupinambá, Caboclo Cobra Coral, Caboclo Folha Verde, Caboclo Branca Lua, Caboclo Tibiriça, Cabocla Jurema e muitos outros.
 

Foto de um Terreiro de Umbanda em dia de Festa.

 

Retirado do grupo de diálogos : br.groups.yahoo.com/group/dialogos_lusofonos/