Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


26-03-2022

A Rússia sempre temeu invasões - Miguel Castelo Branco


O coração do império russo não possui defesas naturais relevantes. Moscovo não tem a defendê-la grandes rios, cadeias montanhosas ou desertos. Daí - para quem ainda não compreendeu que a Rússia não assumiu historicamente uma posição agressiva, mas uma defesa agressiva - que ao coração da Rússia interessa criar zonas-tampão, tão extensas quanto possível para impedir invasões. Enquanto Estado limitado pela geografia, o centro de gravidade moscovita foi obrigado a procurar o acesso aos mares navegáveis (Báltico, Mar Negro), a dominar os grandes rios (Dnieper, Duína, Don, Volga ), a estabelecer fronteiras naturais dominadas por cadeias montanhosas (Cáucaso) ou regiões alagadiças (Pripet).

Tal causou alarme entre vizinhos (baltas, suecos, polacos, otomanos), que ao longo de dois séculos tentaram em vão destruir o ascendente poderio russo. O expansionismo russo é, pois, mais motivado pelo receio de novas invasões que por ensejo conquistador. Assim, o dilema que preside ao pensamento geopolítico russo é, radical e sem alternativa o de "conquistar ou ser conquistado". Sem alternativa, a sociedade russa possui uma capacidade incomparável para se sacrificar pela sobrevivência do seu Estado. Não serão, pois, significantes sanções económicas que vergarão aquele grande país.

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