Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


25-08-2016

Memória das paredes : Teatro Thalia. O salão de festas do Conde de Farrobo


 

LEONARDO NEGRÃO/GLOBAL IMAGENS
 
Chegou a ser o salão de festas mais apetecido pelas elites lisboetas. Por lá passava a família real e diz-se que D. Maria II tinha particular gosto pelos espetáculos que ali decorriam. O Teatro Thalia - que tomou o nome à musa da comédia - foi um dos grandes responsáveis pela reputação de estroina do seu excêntrico proprietário, Joaquim Pedro Quintela, o Conde de Farrobo. Uma fama que chegou até aos dias de hoje imortalizada na expressão "forrobodó" (corruptela de "farrobodó"). Um lugar algo injusto na História para um homem que foi um dos mais interessantes - e importantes - personagens do seu tempo.
Na Estrada das Laranjeiras, à esquerda de quem segue de Sete Rios, mesmo ao lado do Jardim Zoológico, o Palácio das Laranjeiras é hoje sede do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Em frente ao edifício seiscentista, que sofreu grandes obras de remodelação já no século XIX, ergue-se o Teatro Thalia. Ambos integravam a Quinta das Laranjeiras, que em oitocentos se situava nos arredores de Lisboa e funcionava como uma casa de campo (a residência habitual da família era o Palácio Quintela, na Rua do Alecrim, que é atualmente o Palácio Chiado).