Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


28-01-2017

Mulheres Negras: : Projetos de Mundo , estreia na Bahia


Com sala lotada, doc “Mulheres Negras: : Projetos de Mundo” estreia na Bahia

" filme Mulheres Negras: Projetos de Mundo - trabalho de fôlego e de grande qualidade".

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26.01.2017

Com o Goethe Institut ocupado por pretas e pretos, a cidade de Salvador recebeu nesta quinta-feira (26), o lançamento do filme Mulheres Negras: Projetos de Mundo.  

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Mulheres Negras Projetos de Mundo Filme

 

   

Mulheres Negras Projetos de Mundo Filme

 

 

Os ingressos esgotados em apenas 15 minutos. O público soteropolitano marcou presença para assistir ao filme dirigido pela feminista negra, Day Rodrigues, em parceria com Lucas Ogasawara.

As surpresas começaram bem antes da exibição. Em um pocket show, a cantora baiana Luedji Luna emocionou a plateia com canções autorais, que estão em total sintonia com o documentário.

A obra fala de projetos de mundo, de perspectivas, de sonhos. Esses projetos são costurados pelos depoimentos de nove vozes femininas negras, que trazem em seus respectivos relatos um pouco daquilo que cada mulher vivencia com o tornar-se negra.

Tudo isso sob o prisma da interseccionalidade. Raça, gênero e classe interligados para explicar os diversos sistemas de opressão, dominação e discriminação aos quais mulheres negras são submetidas há séculos.

A gente tem uma demanda para falar sobre este assunto. No lançamento em São Paulo tinham umas 1000 pessoas na fila e eu não sou de São Paulo.  A Preta-Rara faz a página dela, cria uma hashtag ‘eu empregada doméstica’ e aquilo viraliza da forma como viralizou. Acho que já são mais 5000 depoimentos”, destaca a diretora Day Rodrigues, antecipando no lançamento que o filme será legendado para o inglês, em breve, pela atriz e cantora Thalma de Freitas, que está morando nos Estados Unidos. Day revelou ainda que continuará circulando com o documentário e irá dirigir uma web série d’As Bahias e a Cozinha Mineira.

“É uma verdadeira revolução silenciosa, no sentido de que vem se construindo, pacientemente, por meio das redes sociais. São essas formas de organização que a mulher está utilizando e reinventando. A mulher é a única capaz de reinventar o mundo. Estou convencido disso. Estou muito feliz com essa juventude, com essas mulheres negras assumindo esse controle de arquitetura da sociedade”, explica cientista político-social, etnólogo e escritor cubano Carlos Moore.

A FALA NO LUGAR DE FALA

Todas as exibições são gratuitas e seguidas de uma roda de conversa com a diretora, Day Rodrigues, e convidadas. Em Salvador, a mediação ficou por conta da cineasta Larissa Fulana de Tal, com a participação das jornalistas Lorena Ifê e Ana Cristina, e da atriz e produtora Vera Lopes.

“Day, ao reunir uma linguagem, em tantas outras linguagens, como podemos observar no documentário, traz a fala no lugar de fala de cada uma dessas mulheres. Isso possibilita viajar, compartilhar mais uma vez histórias que já conhecemos ou que até mesmo já vivenciamos”, relata Vera Lopes. 

“O nosso silêncio não pode ser a ausência de voz. É o silêncio para ouvir o mar, para ouvir os ancestrais. O filme tem voz e por que não som? A narrativa serve para pensarmos como podemos fazer cinema negro com a nossa fala”, complementa Larissa Fulana de Tal.

“Ao assistir ao filme, percebi que não estamos sós nas nossas dores. Muitos depoimentos me emocionaram. Encontrei-me em várias falas e penso que a gente precisa falar sobre nós mesmas para que outras mulheres possam se inspirar e superar suas dores e estar no processo de autocuidado”, revela Lorena Ifê.

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