Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


17-09-2009

Poemas (poetas del Mundo) Sérgio O. Sá


Sérgio 
O. Sá 


NESTE DIA

Neste dia,
a que chamam Mundial
e dizem de Poesia,
o mundo inteiro anda mal
e a Humanidade que o guia.

Mas se o ser racional,
a fingir sabedoria,
fosse somente animal...
que belo o mundo seria,
neste dia!

21 de Março de 2002.
In. Sérgio O. Sá, Versos na Guerra - Versos de Paz


À VIDA

Nasce o Sol!
No céu varrido voam avezinhas,
Mil pétalas flutuam,
Cintilam cores.

O ar alegra-se
E a Natureza canta.

Suprema voz
A ensinar o mundo!

29-10-1980
In: Sérgio O. Sá, DISPERSOS NO TEMPO



NOITE DE NATAL

Tanta vitrina bonita,
Tanta vitrina enfeitada.
Sobre as ruas da cidade
Tanta luz dependurada.
E tanta gente animada
[bem aviada de compras]
Que se dirige apressada
Para casa,
Onde haverá consoada,
Prendas,
Alegria,
Famílias em festa...

E a noite, que se aproxima,
Com o frio a deixá-la fria,
Irá ter por companhia
Solitários, vagabundos,
Esfomeados, moribundos,
Drogados e prostitutas.
Tanta gente sem abrigo
Que do primeiro aos outros mundos
Tem miséria por castigo.

E sem ter culpa de nada,
Esta noite abençoada
Será Noite de Natal!

24 de Dezembro de 1993
In. Sérgio O. Sá,VERSOS NA GUERRA-VERSOS DE PAZ


A SALVADOR ALLENDE


Quiseste a Liberdade do teu Sol.
Beijou-te o rosto o vento da esperança.
E no milagre dos pães acreditaste.

Mas a ira dos vilões do capital
Nunca perdoa a quem sonha; quer vingança.
E tiveste de morrer porque sonhaste.

Maia, Portugal, 11 de Setembro de 1974.

MUDA ENQUANTO É TEMPO, HOMEM

Apareceste...
E o mundo que fizeste
Transformou-te neste mundo.
Foste mentira,
Hoje és a guerra
E, amanhã, tua ira
Será o fim da tua era!
...Aonde chegaste com tua vingança!
Muda enquanto é tempo, homem!
Transforma-te de novo!
Abre teus braços,
Estende tuas mãos
E vamos brincar, todos,
Como Irmãos.
Nascerá a esperança,
Haverá amor
E, então,
Farás um mundo bem melhor!
1977

E UM LANCINANTE GRITO NOS ACORDE

Árvores que tombais, assassinadas,
Ao longo da estrada do silêncio,
Uni vossos espíritos
E um lancinante grito nos acorde!
1978

QUE TODOS OS POENTES SEJAM VERDES

Que todos os poentes sejam verdes
Para que cada aurora
Deixe seu sol
Beijar o rosto da serra!
1978

biografia:
Sérgio O. Sá

Licenciatura em Artes Plásticas e mestrado em História da Arte. Artista Plástico, Ensaista, poeta historiador. Algumas obras publicadas sobre Arte, antropologia cultural, Defeza do património Cultural e natural, etc

sergio.o.sa@sapo.pt