Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


02-07-2019

IN MEMORIAM DO PROF. ANTÓNIO MANUEL BOTELHO HESPANHA - “O HISTORIADOR QUE VEIO DO DIREITO” - por Isabel Salema


IN MEMORIAM DO PROF. ANTÓNIO MANUEL BOTELHO HESPANHA - “O HISTORIADOR QUE VEIO DO DIREITO” - por Isabel Salema, in jornal Público, 2 de Julho de 2019, pp.30-31

"[...] António Manuel Botelho Hespanha nasceu a 23 de Fevereiro de 1945 em Coimbra [o seu avô - a quem dedica a sua obra História das Instituições. Épocas medieval e moderna – era o juiz conselheiro Bernardo Botelho da Costa] onde se licenciou em Direito em 1967, depois de uma militância católica na juventude [pertenceu ao CADC, tendo sido seu Vice-Presidente, e colaborou na revista “Estudos”]. Foi assistente de Direito Romano na Universidade de Coimbra até 1974 [durante a crise académica de 1969, em Coimbra, António Hespanha integrou o grupo de docentes universitários que foi solidária com os estudantes reunidos em plenário], mas com o 25 de Abril, e a convite do então ministro Vitorino Magalhães Godinho (também historiador), mudou-se para Lisboa para assumir um cargo de diretor-geral no Ministério da Educação, nos tempos conturbados do PREC (Processo Revolucionário em Curso). Hespanha, que foi militante do PCP até 1988, permaneceria no ministério até 1978. Num livro publicado em 2008, Um Saneamento Exemplar, o médico Daniel Serrão (1928-2017) nomeou-o como um dos envolvidos no seu "saneamento político".

Numa Faculdade de Direito de Lisboa à procura de renovação, Hespanha entra então como assistente para leccionar História do Direito. Seis anos depois talvez por causa dos anticorpos que criara no PREC, o seu doutoramento não seria aceite em Direito e a sua tese, dedicada ao sistema de poderes da monarquia portuguesa, acabará por ser defendida, a convite do historiador Joel Serrão, no Departamento de História da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (UNL). "Acho que me apeteceu mostrar que o Direito continha muitos elementos para fazer História geral. Que, além de fazer parte da vida, além de ajudar a imaginara vida, o Direito tinha muita informação para fazer a História da vida. Este era o elemento provocador para os colegas historiadores não juristas", disse numa entrevista inserida num livro de homenagem publicado em 2014. 

 

Em 1988, entra como investigador no Instituto de Ciências Sociais (ICS), onde acaba por formar (influência que também exerceria enquanto professor na UNL) uma série de discípulos, como Mafalda Soares da CunhaJosé SubtilPedro CardimÂngela Barreto XavierCristina Nogueira da Silvaou Rui Tavares. "Toda a vida nos convidou a pensar e a desmontar mitos, esbatendo as hierarquias professor-aluno. Foi dos primeiros nas Ciências Sociais em Portugal a criar grupos de investigação com os seus alunos. E queria ouvir o que tínhamos para dizer. Pela obra, e também pelo exemplo humano, foi um cometa, uma estrela, que passou pelas nossas vidas e as transformou", diz Ângela Barreto Xavier, investigadora do ICS.

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IN MEMORIAM DO PROF. ANTÓNIO MANUEL BOTELHO HESPANHA - “O HISTORIADOR QUE VEIO DO DIREITO”

 

   
 

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